As crianças que passam pela educação infantil apresentam desempenho melhor ao longo da vida escolar. Pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas em parceria com o Ministério da Educação e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) revela que a diferença nas notas dos estudantes que tiveram escolaridade prévia ao ensino fundamental na Provinha Brasil – exame criado pelo MEC para conferir a capacidade de leitura dos alunos após a primeira série do ensino fundamental – chega a 10%.
O estudo Educação Infantil no Brasil: avaliação qualitativa e quantitativa verificou a qualidade das creches e pré-escolas de seis capitais brasileiras (Belém, Fortaleza, Campo Grande, Rio de Janeiro, Teresina e Florianópolis) e o impacto que a freqüência a essa fase do ensino causa na trajetória escolar de uma criança.
A primeira conclusão do estudo é que as escolas da educação infantil não vão bem. A maioria não obteve desempenho considerado adequado pelos especialistas que realizaram a pesquisa. Em uma escala de zero a dez, esses colégios ficaram com nota 3,4, mas houve diferenças entre os desempenhos das escolas.
Nas creches, 70,9% dessas diferenças são explicadas por critérios como infra-estrutura, número de atividades desenvolvidas com os alunos, acesso a transporte escolar, salários dos diretores idade dos professores e a localização da escola em locais onde a população era mais escolarizada.
Com base nessas informações, os pesquisadores da Fundação Carlos Chagas iniciaram diferentes comparações entre os dados dos alunos e as notas obtidas por eles na Provinha Brasil. Apenas três cidades participaram dessa parte do estudo, pois eram as únicas que possuíam as notas individualizadas dos estudantes para basear as comparações.
Os pesquisadores enviaram mais de 4 mil questionários às famílias dos estudantes que participaram da Provinha Brasil em 2008. Cruzaram as informações sobre as escolas de origem dos estudantes cujas famílias responderam os formulários e cujas creches ou escolas haviam sido avaliadas também pela pesquisa. Um grupo de 150 crianças que não haviam passado pela educação infantil também foi avaliado. Ao final, 762 alunos foram usados na amostra.
Desse total, quase metade (46%) fazia parte dos que conseguiram atingir níveis de leitura e escrita considerados bons para a segunda série do ensino fundamental. A conclusão é que, entre os melhores, 10% tinham cursado educação infantil. “Não temos dúvida de que essa fase faz diferença na formação das pessoas. Por isso, o maior desafio do Brasil é oferecê-la com qualidade”, destaca Maria do Pilar Lacerda, secretária de Educação Básica do MEC.
Além disso, influenciaram as notas dos estudantes: ter a idade ideal para a série, não ter sido reprovado, estudar em uma boa escola de ensino fundamental e que esteja em um bairro de comunidade escolarizada, fazer parte de uma família em que a renda é superior a dois salários mínimos e na qual a mãe completou o ensino médio, pelo menos. “É interessante e provocador perceber que os estudantes que não reprovaram tiveram médias melhores. Esse é um debate que precisamos levantar. Será que reprovar uma criança de seis anos vai ajudá-la a aprender? Os dados mostram que não”, afirma.
[ + ] iG Educação
O estudo Educação Infantil no Brasil: avaliação qualitativa e quantitativa verificou a qualidade das creches e pré-escolas de seis capitais brasileiras (Belém, Fortaleza, Campo Grande, Rio de Janeiro, Teresina e Florianópolis) e o impacto que a freqüência a essa fase do ensino causa na trajetória escolar de uma criança.
A primeira conclusão do estudo é que as escolas da educação infantil não vão bem. A maioria não obteve desempenho considerado adequado pelos especialistas que realizaram a pesquisa. Em uma escala de zero a dez, esses colégios ficaram com nota 3,4, mas houve diferenças entre os desempenhos das escolas.
Nas creches, 70,9% dessas diferenças são explicadas por critérios como infra-estrutura, número de atividades desenvolvidas com os alunos, acesso a transporte escolar, salários dos diretores idade dos professores e a localização da escola em locais onde a população era mais escolarizada.
Com base nessas informações, os pesquisadores da Fundação Carlos Chagas iniciaram diferentes comparações entre os dados dos alunos e as notas obtidas por eles na Provinha Brasil. Apenas três cidades participaram dessa parte do estudo, pois eram as únicas que possuíam as notas individualizadas dos estudantes para basear as comparações.
Os pesquisadores enviaram mais de 4 mil questionários às famílias dos estudantes que participaram da Provinha Brasil em 2008. Cruzaram as informações sobre as escolas de origem dos estudantes cujas famílias responderam os formulários e cujas creches ou escolas haviam sido avaliadas também pela pesquisa. Um grupo de 150 crianças que não haviam passado pela educação infantil também foi avaliado. Ao final, 762 alunos foram usados na amostra.
Desse total, quase metade (46%) fazia parte dos que conseguiram atingir níveis de leitura e escrita considerados bons para a segunda série do ensino fundamental. A conclusão é que, entre os melhores, 10% tinham cursado educação infantil. “Não temos dúvida de que essa fase faz diferença na formação das pessoas. Por isso, o maior desafio do Brasil é oferecê-la com qualidade”, destaca Maria do Pilar Lacerda, secretária de Educação Básica do MEC.
Além disso, influenciaram as notas dos estudantes: ter a idade ideal para a série, não ter sido reprovado, estudar em uma boa escola de ensino fundamental e que esteja em um bairro de comunidade escolarizada, fazer parte de uma família em que a renda é superior a dois salários mínimos e na qual a mãe completou o ensino médio, pelo menos. “É interessante e provocador perceber que os estudantes que não reprovaram tiveram médias melhores. Esse é um debate que precisamos levantar. Será que reprovar uma criança de seis anos vai ajudá-la a aprender? Os dados mostram que não”, afirma.
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