domingo, 31 de outubro de 2010

CYBERBULLYING: A violência virtual


Na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam o bullying ainda mais perverso. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender

Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas "imperfeições" - e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como "intimidar" ou "amedrontar"). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo.

Nesta reportagem, você vai entender os três motivos que tornam o cyberbullying ainda mais cruel que o bullying tradicional.

- No espaço virtual, os xingamentos e as provocações estão permanentemente atormentando as vítimas. Antes, o constrangimento ficava restrito aos momentos de convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo.

- Os jovens utilizam cada vez mais ferramentas de internet e de troca de mensagens via celular - e muitas vezes se expõem mais do que devem.

- A tecnologia permite que, em alguns casos, seja muito difícil identificar o(s) agressor(es), o que aumenta a sensação de impotência.

Raissa*, 13 anos, conta que colegas de classe criaram uma comunidade no Orkut (rede social criada para compartilhar gostos e experiências com outras pessoas) em que comparam fotos suas com as de mulheres feias. Tudo por causa de seu corte de cabelo. "Eu me senti horrorosa e rezei para que meu cabelo crescesse depressa."

Esse exemplo mostra como a tecnologia permite que a agressão se repita indefinidamente (veja as ilustrações ao longo da reportagem). A mensagem maldosa pode ser encaminhada por e-mail para várias pessoas ao mesmo tempo e uma foto publicada na internet acaba sendo vista por dezenas ou centenas de pessoas, algumas das quais nem conhecem a vítima. "O grupo de agressores passa a ter muito mais poder com essa ampliação do público", destaca Aramis Lopes, especialista em bullying e cyberbullying e presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ele chama a atenção para o fato de que há sempre três personagens fundamentais nesse tipo de violência: o agressor, a vítima e a plateia. Além disso, de acordo com Cléo Fante, especialista em violência escolar, muitos efeitos são semelhantes para quem ataca e é atacado: déficit de atenção, falta de concentração e desmotivação para os estudos (leia mais na próxima página).

Esse tormento permanente que a internet provoca faz com que a criança ou o adolescente humilhados não se sintam mais seguros em lugar algum, em momento algum. Na comparação com o bullying tradicional, bastava sair da escola e estar com os amigos de verdade para se sentir seguro. Agora, com sua intimidade invadida, todos podem ver os xingamentos e não existe fim de semana ou férias. "O espaço do medo é ilimitado", diz Maria Tereza Maldonado, psicoterapeuta e autora de A Face Oculta, que discute as implicações desse tipo de violência. Pesquisa feita este ano pela organização não governamental Plan com 5 mil estudantes brasileiros de 10 a 14 anos aponta que 17% já foram vítimas de cyberbullying no mínimo uma vez. Desses, 13% foram insultados pelo celular e os 87% restantes por textos e imagens enviados por e-mail ou via sites de relacionamento.
Um xinga, o outro chora e o resto cai na risada
Ilustração: Alice Vasconcellos
Quando se trata de bullying e cyberbullying, é comum pensar que há apenas dois envolvidos: a vítima e o agressor. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem fundamental: o espectador. Veja a seguir o que caracteriza a ação de cada um deles nos casos de violência entre os jovens.

Vítima
Costuma ser tímida ou pouco sociável e foge do padrão do restante da turma pela aparência física (raça, altura, peso), pelo comportamento (melhor desempenho na escola) ou ainda pela religião. Geralmente, é insegura e, quando agredida, fica retraída e sofre, o que a torna um alvo ainda mais fácil. Segundo pesquisa da ONG Plan, a maior parte das vítimas - 69% delas - tem entre 12 e 14 anos. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica e autora do livro Bullying: Mentes Perigosas na Escola, cita algumas das doenças identificadas como o resultado desses relacionamentos conflituosos (e que também aparecem devido a tendências pessoais), como angústia, ataques de ansiedade, transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, além de fobia escolar e problemas de socialização. A situação pode, inclusive, levar ao suicídio. Adolescentes que foram agredidos correm o risco de se tornar adultos ansiosos, depressivos ou violentos, reproduzindo em seus relacionamentos sociais aqueles vividos no ambiente escolar. Alguns também se sentem incapazes de se livrar do cyberbullying. Por serem calados ou sensíveis, têm medo de se manifestar ou não encontram força suficiente para isso. Outros até concordam com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta. O discurso deles vai no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?" Aqueles que conseguem reagir alternam momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não é covarde ou quando percebe que seus agressores ficaram impunes, a vítima pode escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.

Agressor
Atinge o colega com repetidas humilhações ou depreciações porque quer ser mais popular, se sentir poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, se sente satisfeito com a reação do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima. O anonimato possibilitado pelo cyberbullying favorece a sua ação. Usa o computador sem ser submetido a julgamento por não estar exposto aos demais. Normalmente, mantém esse comportamento por longos períodos e, muitas vezes, quando adulto, continua depreciando outros para chamar a atenção. "O agressor, assim como a vítima, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene.

Espectador
Nem sempre reconhecido como personagem atuante em uma agressão, é fundamental para a continuidade do conflito. O espectador típico é uma testemunha dos fatos: não sai em defesa da vítima nem se junta aos agressores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva ocorre por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido. "O espectador pode ter senso de justiça, mas não indignação suficiente para assumir uma posição clara", diz Luciene. Também considerados espectadores, há os que atuam como uma plateia ativa ou uma torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo. Eles retransmitem imagens ou fofocas, tornando-se coautores ou corresponsáveis.

Aprender a lidar com a própria imagem é o primeiro passo
Luciene Tognetta, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica que por volta dos 10 ou 12 anos a criança passa a buscar, no convívio social, referências diferentes das que sempre recebeu em casa, dando continuidade ao processo de construção de sua personalidade. "Essa é a época de aprender a lidar com a própria imagem. Se essa criança se conhece e gosta de como é, consegue manifestar sentimentos e pensamentos de maneira equilibrada. Do contrário, pode sentir prazer em menosprezar o outro para se afirmar."

Logo em seguida, juntamente com a entrada na adolescência, vem a necessidade de pertencer a um grupo. Nesse momento, basta sair um pouco do padrão (alto, baixo, gordo, magro) para ser provocado. Foi o que aconteceu com Aline, 14 anos. Ela recebia mensagens de uma colega falando que estava gorda. A agressora, que a ameaçava e a proibia de contar sobre essas conversas, mandava também dietas e dizia que, caso não perdesse peso, iria apanhar. A professora das duas lembra: "Ela fez de tudo para agradar à colega e seguiu as indicações porque sentia medo. A escola e os pais só desconfiaram que havia algo de errado porque perceberam uma mudança repentina no comportamento da vítima".

Algumas escolas já estão cientes de que é preciso um acompanhamento permanente para afastar as agressões do cotidiano. A EM Fernando Tude de Souza, no Rio de Janeiro, por exemplo, atacou o problema com atividades que buscam garantir o bom relacionamento entre os estudantes. "Reuniões conjuntas com pais e alunos e um olhar atento ao comportamento dos jovens dentro e fora de sala de aula precisam entrar no planejamento", afirma a coordenadora pedagógica Tânia Maselli Saldanha Leite (leia no quadro abaixo as principais ações que toda escola pode adotar, tanto para prevenir o problema como para combatê-lo, quando o caso já se tornou público).
Prevenção e solução nas mãos da escola
De acordo com os especialistas, a escola precisa encarar com seriedade as agressões entre os alunos. O cyberbullying não pode ser visto como uma brincadeira de criança. A busca pela solução ou pela prevenção inclui reunir todos - equipe pedagógica, pais e alunos que estão ou não envolvidos diretamente - e garantir que tomem consciência de que existe um problema e não se pode ficar omisso. Veja, a seguir, ações ao alcance das escolas.

- Como prevenir
Ensinar a olhar para o outro Criar relacionamentos saudáveis, em que os colegas tolerem as diferenças e tenham senso de proteção coletiva e lealdade. É preciso desenvolver no grupo a capacidade de se preocupar com o outro, construindo uma imagem positiva de si e de quem está no entorno.

Deixar a turma falar Num ambiente equilibrado, o professor forma vínculos estreitos com os estudantes, que mostram o que os deixa descontentes e são, de fato, reconhecidos quando estão sofrendo - o que é diferente de achar que não há motivo para se chatear.

Dar o exemplo Se a equipe da escola age com violência e autoritarismo, os jovens aprendem que gritos e indiferença são formas normais de enfrentar insatisfações. Os professores sempre são modelo (para o bem e para o mal).

Mostrar os limites É essencial estabelecer normas e justificar por que devem ser seguidas. Às vezes, por medo de ser rígidos demais, os educadores deixam os adolescentes soltos. Mas eles nem sempre sabem o que é melhor fazer e precisam de um norte.

Alertar para os riscos da tecnologia O aluno deve estar ciente da necessidade de limitar a divulgação de dados pessoais nos sites de relacionamento, o tempo de uso do computador e os conteúdos acessados. Quanto menos exposição da intimidade e menor o número de relações virtuais, mais seguro ele estará.

Ficar atento Com um trabalho de conscientização constante, os casos se resolvem antes de estourar. Reuniões com pais e encontros com grupos de alunos ajudam a evitar que o problema se instale.

- Como resolver
Reconhecer os sinais Identificar as mudanças no comportamento dos alunos ajuda a identificar casos de cyberbullying. É comum as vítimas se queixarem de dores e de falta de vontade de ir à escola.

Fazer um diagnóstico Uma boa saída é realizar uma sondagem, aplicando questionários para verificar como os alunos se relacionam - sem que sejam identificados. As informações servem de base para discussões sobre como melhorar o quadro. Quando os alunos leem, compartilham histórias e refletem sobre elas, ficam mais comprometidos.

Falar com os envolvidos Identificados os indícios, é hora de conversar com a vítima e o agressor em particular - para que não sejam expostos. A escola não pode legitimar a atuação do agressor nem puni-lo com sanções não relacionadas ao mal que causou, como proibi-lo de frequentar o intervalo. Se xingou um colega nos sites de relacionamento, precisa retirar o que disse no mesmo meio para que a retratação seja pública. A vítima precisa estar fortalecida e segura de que não será mais prejudicada. Ao mesmo tempo, o foco deve se voltar para a recuperação de valores essenciais, como o respeito.

Encaminhar os casos a outras instâncias Nas situações mais extremas, é possível levar o problema a delegacias especializadas em crimes digitais. Para que os e-mails com ameaças possam ser tomados como prova, eles devem ser impressos, mas é essencial que também sejam guardados no computador para que a origem das mensagens seja rastreada. Nos sites de relacionamento, existe uma opção de denúncia de conteúdos impróprios em suas páginas e, em certos casos, o conteúdo agressivo é tirado do ar.

Mesmo quando a agressão é virtual, o estrago é real
O cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez mais a tecnologia - até para conceder entrevistas, como fez Ana, 13 anos, que contou sua história para esta reportagem via MSN (programa de troca de mensagens instantâneas). Ela já era perseguida na escola - e passou a ser acuada, prisioneira de seus agressores via internet. Hoje, vive com medo e deixou de adicionar "amigos" em seu perfil no Orkut. Além disso, restringiu o aceso ao MSN. Mesmo assim, o tormento continua. As meninas de sua sala enviam mensagens depreciativas, com apelidos maldosos e recados humilhantes, para amigos comuns. Os qualificativos mais leves são "nojenta, nerd e lésbica". Outros textos dizem: "Você deveria parar de falar com aquela piranha" e "A emo já mudou sua cabeça, hein? Vá pro inferno". Ana, é claro, fica arrasada. "Uso preto, ouço rock e pinto o cabelo. Curto coisas diferentes e falo de outros assuntos. Por isso, não me aceitam." A escola e a família da garota têm se reunido com alunos e pais para tentar resolver a situação - por enquanto, sem sucesso.

Pesquisa da Fundação Telefônica no estado de São Paulo em 2008 apontou que 68% dos adolescentes ficam online pelo menos uma hora por dia durante a semana. Outro levantamento, feito pela ComScore este ano, revela que os jovens com mais de 15 anos acessam os blogs e as redes sociais 46,7 vezes ao mês (a média mundial é de 27 vezes por semana). Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais. "Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio."

No cinema, essa overdose de tecnologia foi retratada em As Melhores Coisas do Mundo, de Laís Bodanzky. A fita conta a história de dois irmãos que passam por mudanças no relacionamento com os pais e os colegas. Boa parte da trama ocorre num colégio particular em que os dois adolescentes estudam. O cyberbullying é mostrado de duas formas: uma das personagens mantém um blog com fofocas e há ainda a troca de mensagens comprometedoras pelo celular. A foto de uma aluna numa pose sensual começa a circular sem sua autorização.

Na vida real, Antonio, 12 anos, também foi vítima de agressões pelo celular. Há dois meses, ele recebe mensagens de meninas, como "Ou você fica comigo ou espalho pra todo mundo que você gosta de homem". Os amigos o pressionam para ceder ao assédio e, como diz a coordenadora pedagógica, além de lidar com as provocações das meninas, ele tem de se justificar com os outros garotos.
Online, o agressor pode agir sem que precise se identificar
A terceira principal marca do cyberbullying é a possibilidade de o agressor agir na sombra. Ele pode criar um perfil falso no Orkut ou uma conta fictícia de e-mail (ou ainda roubar a senha de outra pessoa) para mandar seus recados maldosos e desaforados. Paulo, 19 anos, teve sua foto publicada sem autorização na internet durante três anos (a imagem era uma montagem com seu rosto, uma boca enorme e uma gozação com um movimento que fazia com a língua). Ele nunca conseguiu descobrir quem eram seus algozes. "Eu não confiava mais em nenhum dos meus colegas", lembra. Seu desempenho escolar caiu e ele foi reprovado. Pediu transferência, mas, mesmo longe dos agressores, ainda sente os efeitos da situação. Toma medicamentos e tem o acompanhamento de um psicólogo. Tudo indica que os que o atazanavam na sala de aula estavam por trás do perfil falso.

E essa situação é totalmente nova na comparação com o bullying tradicional. Para agredir de forma virtual, não é necessário ser o mais forte, pertencer a um grupo ou ter coragem de se manifestar em público, no pátio da escola ou na classe. Basta ter acesso a um celular ou à internet. Por isso, muitos desses novos agressores nem sabem dizer por que fazem o que fazem. Na pesquisa da ONG, metade deles respondeu a essa pergunta com frases como "foi por brincadeira", "não sei" e "as vítimas mereciam o castigo". Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia da Informática, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), diz que, "no bullying cara a cara, o agressor vê que a humilhação faz efeito porque a vítima sofre em público. Agora, basta imaginar esse sofrimento para o jovem se sentir realizado com a provocação virtual". Num ambiente em que essa dinâmica se instala, está claro que as relações não estão construídas com base em valores sólidos. Por isso, trabalhar para que o cyberbullying deixe de fazer parte da rotina é uma tarefa de toda a equipe escolar.

/www.revistaescola.abril.com.br/

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Datas Comemorativas de NOVEMBRO


02 – Dia de Finados.
04 – Dia do Inventor.
05 – Dia da Ciência.
05 – Dia da Cultura.
05 – Dia do Cinema Brasileiro.
05 – Dia do Escrivão de Polícia.
05 – Dia do Técnico em Eletrônica.
08 – Dia Mundial do Urbanismo.
09 – Dia do Hoteleiro.
09 – Dia do Manequim.
09 – Dia do Radiologista.
10 – Dia do Trigo.
11 – Dia do Supermercado.
14 – Dia do Bandeirante.
14 – Dia Nacional da Alfabetização.
15 – Dia da Proclamação da República.
16 – Dia Internacional da Tolerância.
17 – Dia da Criatividade.
17 – Dia Internacional do Estudante.
19 – Dia da Bandeira.

20 – Dia da Industrialização Africana.
20 – Dia da Consciência Negra.
20 – Dia do Auditor Interno.
20 – Dia do Biomédico.
20 – Dia Universal da Criança.
21 – Dia da Homeopatia.
21 – Dia do Homeopata.
21 – Dia Mundial da Televisão.
22 – Dia da Música.
22 – Dia do Músico.
25 – Dia do Doador Voluntário de Sangue.
25 – Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a mulher.
25 – Dia Internacional do Doador de Sangue.
27 – Dia do Técnico da Segurança do Trabalho.
28 – Dia do Soldado Desconhecido.
30 – Dia do Estatuto da Terra.
30 – Dia do Síndico.
30 – Dia do Teólogo.
30 - Dia do Evangélico

Dia da Bandeira

Bandeira do Brasil e a primeira Bandeira hasteada no país
O dia 19 de novembro é o dia da bandeira, no Brasil.
A criação da data foi em razão da Proclamação da República, no dia 15 de novembro de 1889, onde a mesma foi apresentada. O Decreto número 4 deu legitimidade à bandeira, como símbolo nacional.
A primeira bandeira do Brasil foi criada em 18 de setembro de 1822, mas como não era oficial, perdeu lugar para o novo modelo. Mas a primeira bandeira hasteada em solo brasileiro foi a da Ordem de Cristo, vinda de Portugal.
As bandeiras têm diferentes significados e representam coisas distintas, como grupo, cidade, estado, país, instituição comercial, time de futebol, mas podem apresentar elementos comuns.
Os países, por exemplo, são representados por bandeiras e essas trazem o número de estados que o mesmo possui, além das cores, que possuem significados comuns. Geralmente o azul é a cor que simboliza a nobreza, já o vermelho representa os movimentos revolucionários.
O Brasil já teve vários modelos de bandeiras ao longo dos seus 509 anos de existência. No atual, o verde simboliza nossas matas, o azul nosso céu, o amarelo nossas riquezas, as estrelas são os estados do país e o branco a paz. Este modelo foi criado por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos.
As primeiras bandeiras foram vistas nas antigas civilizações, onde os povos as utilizavam para representar seus exércitos, os responsáveis pela defesa do país. Serviam para evitar que os exércitos fossem confundidos com outras armadas. Isso fez com que se evitassem a morte de centenas de soldados, pois os exércitos aliados conseguiam identificar os grupos de soldados que não eram seus inimigos.
Algumas bandeiras apresentam características especiais, de acordo com as tradições do país.
A do Japão é branca, com um círculo vermelho ao centro, que simboliza o sol. Por isso o país é chamado de Terra do Sol Nascente.
A bandeira da Arábia Saudita possui uma frase que quer dizer que no país “existe só um Deus e Mohamed é seu profeta”.
O Nepal tem uma bandeira com o sol e a lua, que significa que o país existirá enquanto os dois astros existirem.

Formação da bandeira do Reino Unido
A bandeira do Reino Unido é conhecida como “Union Jack”. O modelo é composto por várias cruzes, representando os santos protetores dos países. A cruz branca, na diagonal, é do padroeiro da Escócia, Santo André; a vermelha, também na diagonal, é de São Patrick, irlandês; e a cruz mais grossa, ao centro da bandeira, representa São Jorge, da Inglaterra.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Dia da Consciência Negra


No dia 20 de novembro comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
O quilombo era uma localidade situada na Serra da Barriga, onde escravos se refugiavam. Com o passar dos anos, chegou a atingir uma população de vinte mil habitantes, devido ao aumento das fugas dos escravos.
Os escravos serviam para fazer os trabalhos pesados que o homem branco não realizava, não tinham condições dignas de vida, eram maltratados, apanhavam, ficavam amarrados dia e noite em troncos, eram castigados, ficavam sem água e sem comida, suas casas eram as senzalas, onde dormiam no chão de terra batida.
Muitas pessoas eram contra essa forma de tratar os negros e várias tentativas aconteceram ao longo da história para defender seus direitos. Em 1871 a Lei do Ventre Livre libertou os filhos de escravos que ainda iriam nascer; em 1885 a Lei dos Sexagenários dava o direito à liberdade aos escravos com mais de sessenta anos.
Mas Princesa Isabel foi a responsável pela libertação dos escravos, quando assinou a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, dando aos mesmos o direito de ir embora das fazendas em que trabalhavam ou de continuar morando com seus patrões, como empregados e não mais como escravos.
O dia da consciência negra é uma forma de lembrar o sofrimento dos negros ao longo da história, desde a época da colonização do Brasil, tentando garantir seus direitos sociais.
Hoje temos várias leis que defendem esses direitos, como a de cotas nas universidades, pois acredita-se que, em razão dos negros terem sido marginalizados após o período de escravidão, não conseguiram conquistar os mesmos espaços de trabalho que o homem branco.
Na época da escravidão os negros não tinham direito ao estudo ou a aprender outros tipos de trabalho que não fossem os braçais, ficando presos a esse tipo de tarefa.
Muitos deles, estando libertos, continuaram na mesma vida por não ter condições de se sustentar.
O dia da consciência negra também é marcado pela luta contra o preconceito racial, contra a inferioridade da classe perante a sociedade, além de temas como mercado de trabalho, discriminação política, moda e beleza negra, etnias, homenagens a negros que se destacaram.
Além desses assuntos, enfatizam sobre o respeito enquanto pessoas humanas, além de discutirem e trabalharem para conscientizar as pessoas da importância da raça negra e de sua cultura na formação do povo brasileiro e da cultura do nosso país.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Proclamação da República

Dom Pedro II e o Marechal Deodoro da Fonseca

Em 15 de novembro de 1889 foi proclamada a república do Brasil.
Na época, o país era governado por D. Pedro II e passava por grandes problemas, em razão da abolição da escravidão, em 1888.
Como os negros não trabalhavam mais nas lavouras, os imigrantes começaram a ocupar seus lugares, plantando e colhendo, mas cobravam pelos trabalhos realizados, o que gerou insatisfação nos proprietários de terras.
As perdas também foram grandes para os coronéis, pois haviam gasto uma enorme quantidade de dinheiro, investindo nos escravos e o governo, após a abolição, não pagou nenhuma indenização aos mesmos.
A guerra do Paraguai (1864 a 1870) também ajudou na luta contra o regime monárquico no Brasil. Soldados brasileiros se aliaram aos exércitos do Uruguai e da Argentina, recebendo orientações para implantarem a república no Brasil.
Os movimentos republicanos também já aconteciam no país, a imprensa trazia politização à população civil, para lutarem pela libertação do país dos domínios de Portugal. Com isso, vários partidos teriam sido criados, desde 1870.
A Igreja também teve sua participação para que a república do Brasil fosse proclamada. Dois bispos foram nomeados para acatarem as ordens de D. Pedro II, tornando-se seus subordinados, mas não aceitaram tais imposições. Com isso, foram punidos com pena de prisão, levando a igreja a ir contra o governo.
Com as tensões aquecendo o mandato de D. Pedro II, o mesmo dirigiu-se com sua família para a cidade de Petrópolis, também no estado do Rio de Janeiro.
Porém seu afastamento não foi nada favorável, fez com que fosse posto em prática um golpe militar, onde o Marechal Deodoro da Fonseca conspirava a derrubada de D. Pedro II.
Boatos de que os responsáveis pelo plano seriam presos fizeram com que a armada acontecesse, recebendo o apoio de mais de seiscentos soldados.
No dia 15 de novembro de 1889, ao passar pela Praça da Aclamação, o Marechal, com espada em punho, declarou que a partir daquela data o país seria uma república.
Dom Pedro II recebeu a notícia de que seu governo havia sido derrubado e um decreto o expulsava do país, juntamente com sua família. Dias depois, voltaram a Portugal.
Para governar o Brasil República, os responsáveis pela conspiração montaram um governo provisório, mas o Marechal Deodoro da Fonseca permaneceu como presidente do país. Rui Barbosa, Benjamin Constant, Campos Sales e outros, foram escolhidos para formar os ministérios.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Didática

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Didática
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Seis características do professor do século 21


Conheça seis profissionais que já incorporaram as qualidades do novo educador à rotina e comprovaram que se aperfeiçoar faz toda a diferença na aprendizagem da turma

1 - Ter boa formação\O mestrado é o caminho natural
"Eu me formei em Letras há 20 anos e, assim que fiquei frente a frente com os alunos, percebi que não estava preparada para tantos desafios didáticos. Logo me dei conta de que os bons educadores, aqueles que realmente fazem a turma aprender, são os que não param de estudar. Comecei procurando textos para ler por conta própria. Levava esse material para a escola e discutia sobre ele com a equipe. Isso não só me ajudou a dominar cada vez mais o conteúdo curricular como também me deu ferramentas para pensar em novas formas de abordá-lo durante as aulas. Para me aperfeiçoar ainda mais, senti que precisava voltar à universidade. Optei por cursar um mestrado em Língua Portuguesa na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Estudei a questão gramatical, o que me deu embasamento para trabalhar o tema com meus alunos de 5ª a 7ª séries. No início da carreira, eu tinha uma visão mais tradicionalista. Valorizava apenas a parte formal da gramática, acreditando que os estudantes deveriam saber de cor o que é um advérbio e um adjetivo. Quando passei a ter acesso à bibliografia sobre o tema, percebi que mais importante é eles compreenderem a função desses elementos na construção do sentido do texto. Eu também tinha uma noção simplista de certo e errado até entender a lógica dos ditos erros gramaticais dos alunos. A integração entre o mestrado e a experiência em sala de aula leva a reflexões sistemáticas que eliminam barreiras entre a teoria e a prática. Acredito que a boa formação é o caminho para a Educação pública dar um salto de qualidade. Só assim os educadores vão dominar os conteúdos, fazer um planejamento de acordo com as diretrizes da rede e a realidade dos alunos e avaliar a própria prática. Sinto cada vez mais confiança em relação a meus conhecimentos e, quanto mais estudo, mais percebo como isso é imprescindível para ensinar bem."

Mariléa Giacomini Arruda , 57 anos, professora de Língua Portuguesa na EMEF Antonio Sampaio Dória, em São Paulo, SP
2 - Usar as novas tecnologias / Um recurso a favor dos conteúdos
"Leciono Matemática há 12 anos e sempre acreditei que a tecnologia pode facilitar o ensino. Ainda hoje, no entanto, alguns educadores não se sentem capacitados para aproveitar o recurso e outros, empolgados, fazem uso dele em qualquer atividade sem planejamento. Infelizmente, em ambos os casos, saem perdendo os alunos e os próprios professores, que deixam de ter a seu favor uma ferramenta de ensino essencial. Aprendi a importância de analisar quais conteúdos podem ser ensinados com o auxílio da tecnologia. Com isso, além de aprimorar nossa prática, damos oportunidade aos estudantes de desenvolver habilidades tecnológicas básicas no mundo de hoje, como saber usar um editor de texto e uma planilha. O mestrado em uso das tecnologias, que fiz na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), me deu meios para trabalhar com mais qualidade alguns conceitos matemáticos. Com as turmas da 6ª série para as quais leciono atualmente, por exemplo, passei a usar planilhas eletrônicas no trabalho com operações e, principalmente, de tratamento da informação e porcentagem. Os alunos fazem cálculos nas planilhas e depois criam gráficos que melhor representam os resultados obtidos. Os recursos disponíveis hoje não se aplicam só à minha disciplina. Na escola em que atuo, há professores de Língua Portuguesa que conjugam o ensino de novos gêneros, como blogs e fotologs, à produção de texto. O fato é que nossos alunos são formados dentro da cultura digital e profundamente influenciados por ela. Com a democratização do uso da internet, o crescimento do número de lan houses, o barateamento dos computadores e mesmo a implantação de programas de governo destinados à informatização das escolas, não há por que trabalhar usando somente o quadro e o giz. Cabe a nós entender como se dá esse processo e nos atualizar de forma a desafiar os estudantes."

Flaviana Meneguelli, 32 anos, professora de Matemática na Escola Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva, em Florianópolis, SC

3 - Atualizar-se nas novas didáticas / Um jeito de ensinar cada disciplina
"Quando assumi uma sala de aula pela primeira vez, senti dificuldade por não ter um grande domínio das didáticas. Na faculdade, procurei aprender o máximo sobre isso e, como leciono nas primeiras séries do Ensino Fundamental, tenho de me preparar em todas as áreas. O trabalho com Língua Portuguesa é estratégico nesses anos iniciais. Para dar conta disso, assim que terminei a graduação, já estava fazendo uma extensão universitária sobre práticas de leitura na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Também me aprimorei em relação à escrita num curso que abordou as situações didáticas fundamentais na alfabetização. Nunca perco as formações oferecidas pela rede e esse foi o meio de me atualizar em relação à didática da Matemática. No curso, conheci as últimas pesquisas sobre o tema, entendi como as crianças aprendem e de que forma encaminhar as atividades para facilitar a aprendizagem. Participei ainda de cursos em História, Geografia e Arte. Faz toda a diferença no dia a dia na sala de aula ter contato com as obras de autores consagrados e se aprofundar nas didáticas específicas. Para resolver outra demanda essencial - ensinar alunos com deficiência -, fiz um curso de pós-graduação em Psicopedagogia. Com as aulas, aprendi formas de interagir com eles e a identificar que atividade é mais eficaz para cada tipo de dificuldade. Invisto muito do meu tempo em todos esses cursos, mas isso acaba facilitando meu trabalho e me fornece instrumentos para enfrentar as dificuldades em sala. Hoje tomo decisões com mais segurança e, quando vejo o quanto os estudantes estão avançando, percebo que estou no caminho certo. Os resultados da Prova Brasil mostram o impacto da formação no meu trabalho: as notas da minha sala são muito maiores do que as médias nacional, estadual e municipal."

Sandra de Amorim Silva Cavalcanti, 29 anos, professora na EM Professor Aderbal Galvão e coordenadora de projetos da rede municipal do Recife, PE

4 - Trabalhar bem em equipe / Na troca de ideias, todos ganham
"Sou professora há mais de 17 anos e hoje tenho total clareza de que, conversando com os demais professores e com a orientadora pedagógica, é possível descobrir formas mais eficazes de ensinar. Na minha escola, o trabalho em equipe realmente funciona. Há mais de uma turma de crianças da Educação Infantil da mesma idade, o que permite compartilhar informações sobre um mesmo programa. Juntos, planejamos as atividades, analisamos o que funcionou ou não e pensamos no que é preciso fazer para melhorá-las. Além disso, semanalmente, me reúno com a orientadora pedagógica, que me ajuda a ver problemas nas estratégias que estou usando e me faz refletir sobre pontos importantes do desenvolvimento das crianças. O relacionamento também ocorre com os colegas que lecionam em outros níveis. Fazemos avaliações individuais dos pequenos em cada eixo curricular e registramos em que cada um precisa se desenvolver mais. No fim do semestre, essas informações são compartilhadas com o professor que vai acompanhar a turma no ano seguinte. Assim, ele fica sabendo quem é cada um, o que sabe, que dificuldades apresenta e os pontos que necessitam de atenção. Os pais são outros grandes aliados no processo de ensino e aprendizagem. Aproveitamos que eles trazem o filho e conversamos sobre a participação dele em sala. Quando a criança apresenta alguma dificuldade, logo eles são avisados para que possam acompanhar de perto. Orientamos sobre como pode ser a ajuda em casa porque, afinal, eles não são educadores e não sabem exatamente como fazer isso. Nas reuniões de pais, que são periódicas, explicamos nossa concepção de trabalho para que entendam como diferentes atividades favorecem o ensino da leitura, entre outras habilidades. Quando todos - família, professores e gestores - se envolvem, a criança sempre ganha."

Patrícia Lemes Mullin, 39 anos, professora de pré-escola na EMEI Professora Marianita de Oliveira Pereira Santos, em São José dos Campos, a 91 quilômetros de São Paulo

5 - Planejar e avaliar sempre / Observar para reorientar o trabalho
"Comecei a dar aula aos 18 anos, enquanto cursava o Magistério. Na época se falava pouco de planejamento. Avaliação era sinônimo de prova e nada mais. Foi na licenciatura em Matemática que entendi a importância de usar meios avaliativos para checar o que de verdade os alunos aprenderam e, com isso, verificar a qualidade e a consistência das estratégias de ensino para reorientar o trabalho em sala. Minha escola tem um currículo bem estruturado e sei quais são as expectativas de aprendizagem para cada conteúdo. Como leciono para o 6º ano, ter clareza do que os alunos dominam em relação ao programa do segmento anterior é fundamental para garantir que eles acompanhem o andamento das atividades. Começo sempre com uma sondagem e, com base nesse levantamento, programo maneiras de retomar o que não foi aprendido. Na hora de introduzir um conteúdo, proponho situações diversas antes de entrar na teoria propriamente dita, definindo estratégias e fórmulas e sistematizando o que vimos na prática. Durante todo o ano, vão se alternando os momentos de planejamento, as aulas e a avaliação - que não se baseia apenas em provas. Observo e registro as estratégias usadas pelos alunos, as dificuldades e os avanços deles, além de olhar os cadernos. Assim, procuro não deixar as dúvidas se acumularem e logo intervenho. Quando identifico alunos com dificuldades, me concentro em ajudá-los, enquanto quem está em dia com a matéria se ocupa de outras atividades. Trabalhos em grupo, durante as quais os colegas se ajudam, também são essenciais. Algumas vezes, como lição de casa, proponho desafios complexos para a garotada. Isso me ajuda a ver até que ponto todos entenderam o que foi visto e se conseguem usar um conhecimento em diferentes contextos. Esse é mais um jeito de aproveitar da melhor maneira o potencial da turma e tornar meu trabalho ainda mais produtivo."

Greicy Silva, 28 anos, professora de Matemática no Ciep Municipal Alexandre Bacchi, em Guaporé, a 200 quilômetros de Porto Alegre

6 - Ter atitude e postura profissionais /Todos os alunos podem aprender
"Meu primeiro trabalho na rede pública foi com turmas de 6º, 7º e 9º anos e, no início, me senti desanimado. Os alunos eram indisciplinados, não tratavam bem uns aos outros e discutiam bastante. O contexto social em que viviam era difícil e cheguei a questionar se seria mesmo possível ensinar diante dessas circunstâncias. Mas, em vez de desistir, resolvi investigar melhor o porquê da indisciplina - e isso fez toda a diferença no meu trabalho. Percebi que, ao não se sentirem ouvidos, os jovens perdiam o interesse pelas aulas. Era necessário valorizar o que eles sabiam e, sobretudo, respeitar seu cotidiano. Fiz isso, por exemplo, quando discuti a situação dos negros hoje, traçando um paralelo com as questões históricas da escravidão. Ouvi o que pensavam sobre isso: muitos citaram o preconceito como um grande problema vivido por eles. Assim, a aprendizagem do conteúdo começou a fazer sentido e eles passaram a ficar mais atentos às aulas. Ainda assim, se surgia alguma briga, eu deixava claro que, como qualquer outro lugar, a sala de aula também tem normas de convivência. Em vez de impor regras, coloquei o tema em discussão e os atritos diminuíram. O que me fez mudar a postura foi a crença de que todos, independentemente de seu histórico e comportamento, têm a capacidade e o direito de aprender e, por isso, devemos sempre esperar o melhor de cada um. Todo docente deve analisar cada caso, olhar para as dificuldades de convivência, pensar em estratégias para sanar os problemas e criar o melhor ambiente para a aprendizagem. Envolver os pais nesse processo ajuda. Deixo claro para eles que é essencial mostrar aos filhos como se importam com a vida escolar deles. O que ocorre na sala de aula é reflexo da Educação como um todo. Para discutir com colegas sobre como as políticas públicas se afastam ou se aproximam do que o docente precisa, me tornei monitor no Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Essa reflexão deveria se estender a todos nós, professores, os principais interessados, juntamente com os alunos, na melhoria da qualidade do ensino."

Leandro Pereira Matos, 26 anos, professor de História na EM União da Betânia, em Juiz de Fora, a 276 quilômetros de Belo Horizonte
(http://revistaescola.abril.com.br)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL na sala de aula


Introdução
Os sentimentos mais fortes do homem são a tristeza, a alegria e a raiva. É fundamental saber lidar com eles. As pessoas que sabem controlar suas emoções são aquelas que obtêm mais sucesso na vida, em qualquer tipo de medição: conflito em turma, conflito com aluno, conflito entre profissionais…
Em relação à educação, Goleman, e autores influenciados por ele, fala da importância de “educar” as emoções e fazer com que os alunos também se tornem aptos a lidar com frustrações, negociar com outros, reconhecerem as próprias angústias e medos, etc.
Para que os alunos desenvolvam sua inteligência emocional, uma das premissas básicas é a necessidade de que o professor também desenvolva sua própria inteligência emocional, pois, pode-se dizer que aquilo que o professor ensina em sua prática docente está embebido por sua própria personalidade. Desse modo, a inteligência emocional do professor é uma das variáveis que melhor explica a criação de uma aula emocionalmente inteligente.
1.1 Os Níveis de Inteligência Emocional
Goleman apresenta os seguintes níveis de Inteligência Emocional:
  1. Auto- conhecimento emocional – Autoconsciência: conhecimento que o ser humano tem de si próprio, de seus sentimentos ou intuição. Esta competência é fundamental para que o homem tenha confiança em si (autoconfiança) e conheça seus pontos fortes e fracos;
  2. Controle emocional – Capacidade de gerenciar os sentimentos: é importante saber lidar com os sentimentos. A pessoa que sabe controlar seus próprios sentimentos se dá bem em qualquer lugar que esteja ou em qualquer ato que realize.
  3. Auto- motivação – Ter vontade de realizar, otimismo: Pôr as emoções a serviço de uma meta. A pessoa otimista consegue realizar tudo que planeja, pois tem consciência que todos os problemas são contornáveis e resolvíveis.
  4. Reconhecer emoções nos outros – Empatia: saber se colocar no lugar do outro. Perceber o outro. Captar o sentimento do outro. A calma é fundamental para que isso aconteça. Os problemas devem ser resolvidos através de conversas claras. As explosões devem ser evitadas para que não prejudique o relacionamento com os outros.
  5. Habilidade em relacionamentos inter-pessoais – Aptidão social: a capacidade que a pessoa deve ter para lidar com emoções do grupo. A arte dos relacionamentos deve-se, em grande parte a saber lidar com as emoções do outro. Saber trabalhar em equipe é fundamental no mundo atual.

1.2 Gerenciando a Inteligência Emocional em Sala de Aula

Segundo Goleman: “emoções são sentimentos a se expressarem em impulsos e numa vasta gama de intensidade, gerando idéias, condutas, ações e reações. Quando burilados, equilibrados e bem-conduzidos transformam-se em sentimentos elevados, sublimados, tornando-se, aí sim – virtudes.”
Um princípio básico para o desenvolvimento da inteligência emocional na sala de aula é o respeito mútuo pelos sentimentos dos outros, e para tanto é necessário que o professor saiba como se sente e seja capaz de comunicar abertamente suas sensações e sentimentos. O professor não deveria negar suas emoções negativas e sim, ser capaz de expressá-las de modo saudável na comunidade que constrói com seus alunos.
Ensinar os alunos a reconhecer suas emoções, saber categorizá-las e comunicá-las, fazendo-se entender, ajuda-os a serem os responsáveis por suas próprias necessidades emocionais.
Conhecer os alunos é um processo que se inicia desde os primeiros dias de aula. Quanto maior for esse conhecimento, maior será a eficácia da nossa ação pedagógica, pois podemos mobilizar interesses, curiosidades, conhecimentos prévios, aspectos das histórias de vida, articulando com os conhecimentos que integram o currículo a ser desenvolvido.
Também conhecê-los em seus aspectos sociais, cognitivos, afetivos e emocionais implica uma atitude de permanente investigação, avaliação contínua dos conhecimentos adquiridos, sondagem dos interesses delas e atenção as necessidades que elas expressam.
Perceber o que o aluno sente, sem que ele o diga, constitui a essência da empatia, uma das características fundamentais da inteligência emocional. Dificilmente os indivíduos, nos dizem em palavras aquilo que sentem, mas revelam seus sentimentos por seu tom de voz, pela expressão facial ou por outras maneiras não verbais.
A partir do momento em que o professor reconhece as emoções do aluno (medo, raiva, ciúme, alegria, tristeza, vergonha), cria uma enorme chance de aumentar a intimidade, transmitir experiência e compartilhar dificuldades.
O aluno passa a se sentir valorizado, legitimado em seus sentimentos (mesmo que negativos) e, conseqüentemente, fortalece sua auto-estima. Ele descobre novas estratégias para lidar com os conflitos, diminui a agressividade em suas relações com o outro, aprende a conviver de uma maneira confortável com os sentimentos negativos, enfim, ele transforma um sentimento que o assusta em algo que faz parte da vida, não censurando a si mesmo por seus sentimentos, mas sim, julgando a decisão do que fazer com estes mesmos sentimentos.
Conclusão
O professor deveria reservar tempo e espaço para iniciar os alunos em projetos de cooperação. A participação de professores e alunos em projetos comuns pode dar origem à aprendizagem de métodos de resolução de conflitos e construir uma referência para a vida futura, enriquecendo a relação professor – aluno.
A influência dessa teoria sobre a educação é altamente positiva, pois chama a atenção para o fato de que a educação em si, não deve preocupar-se apenas com a inteligência de cada aluno, mas também com o desenvolvimento de sua capacidade de se relacionar bem com os outros e consigo mesmo.

Referência Bibliográfica

GOLEMAN, Daniel - Inteligência emocional. Rio de Janeiro, Ed. Objetiva, 1996
Priscila Costa Felis Tominaga - Pedagoga
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DISLEXIA


A definição mais usada é a do Comitê de Abril de 1994, da International Dyslexia Association – IDA, que diz:
“Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem.É um distúrbio da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples.Mostra uma insuficiência no processo fonológico.Estas habilidades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação à idade.Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio-cultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem.A Dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com diferentes formas de linguagem, freqüentemente incluídos problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar”.
DESIGNAÇÕES MAIS COMUNS DADAS À DISLEXIA
*Cegueira Verbal Congênita (1896-Prince Morgan)
*Strephosymbolia (1920-Orton)
*Dislexia Genética (1950-Halgreen)
*Disfunção Cerebral Mínima (1965-Quirós e Della Cella)
*Dislexia Específica de Evolução (1975-Quirós)
*Distúrbios Psiconeurológicos (1983-Johnson e Myklebust)

Segundo Johnson e Myklebust, a Dislexia raramente é encontrada de forma isolada.As dificuldades severas para ler e escrever corretamente encontram-se associadas a outros distúrbios, tais como:
a)Distúrbios de Memória: dificuldades para recordar o que aconteceu num momento anterior, como o que aconteceu há vários dias (MEMÓRIA AUDITIVA E VISUAL).
b)Distúrbios de Memória para Seqüências: é indispensável que as letras ou os sons obedeçam a uma determinada seqüência espacial e temporal, para que se construam as palavras e as frases com sentido e significado.A criança disléxica tem dificuldade para recordar estas seqüências e, de lembrar séries (dias da semana, os meses do ano, etc.).
c)Orientação Esquerda-Direita: dificuldades na identificação do lado esquerdo e direito tanto em nível da própria criança como de outras pessoas e de objetos.
d)Orientação Temporal: incapacidade da criança se situar no tempo.As dificuldades para dizer horas, identificar os dias da semana, os meses ou usar conceitos temporais fazem com que a criança se sinta perdida quer nas atividades como no fluir do tempo.
e)Imagem Corporal: precária organização do desenho de uma figura humana.
f)Escrita e Soletração: a criança que não consegue fazer a transposição dos símbolos impressos (letras) para os respectivos estímulos sonoros (sons), tampouco será capaz de realizar a atividade inversa (escrita).Em relação à soletração, apresenta grandes dificuldades para realizar a análise-síntese de palavras ou frases o que, por si só, já dificulta o processo de ler e escrever.
g)Distúrbios Topográficos: dificuldade de “ler” e se situar em mapas, globos e gráficos.Dificuldade em calcular distâncias e usar material geográfico.
h)Distúrbios no Padrão Motor: dificuldades em correr, saltar, manter o equilíbrio apoiado num pé só.
CLASSIFICAÇÕES DA DISLEXIA
Johnson e Myklebust diferenciam dois tipos de Dislexia:
1.Dislexia Auditiva: dificuldade em distinguir semelhanças e diferenças entre sons acusticamente próximos; em perceber sons no meio de palavras; em análise e síntese, memória e seqüências auditivas.Essas crianças apresentam acuidade auditiva normal mas, não conseguem discriminar e relacionar os sons que constituem as palavras.Cada palavra visualizada dificilmente é decodificada pois os sons que representam as letras não são recordados.
2.Dislexia Visual: dificuldade em diferenciar, interpretar e recordar palavras visualmente.Dificuldades em memória e análise-síntese visual, em discriminação visual de detalhes, em perceber rapidamente palavras escritas, em respeitar as seqüências viso-espaciais, etc.
Boder classifica a Dislexia em 3 grupos diferentes:
1.Dislexia Disfonética = Dislexia Auditiva
2.Dislexia Diseidética = Dislexia Visual
3.Dislexia Mista = combinação das duas anteriores
Nieto baseia-se a sua classificação nos diferentes níveis do processo de ler e de escrever e, tem como vantagem localizar a etapa da leitura e da escrita que deve ser reforçada.
1.Nível do Processo Mecânico
2.Nível do Processo de Integração
3.Desintegração Total Fonêmica-Gráfica (alexia e agrafia)
CONCLUSÃO
A Dislexia não é uma doença portanto não podemos falar em cura.Ela é congênita e hereditária e seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola.Os sintomas ainda podem ser aliviados, contornados, com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso.Não podemos considerar como “comprometimento” sua origem constitucional (neurológica) mas sim, uma diferença que é mais notada em relação à dominância cerebral.Há dados que mostram diferenças entre os hemisférios e alteração do lado direito do cérebro.Isso implica, entre outras coisas, uma dominância de lateralidade invertida ou indefinida.Mas também justifica o desenvolvimento maior da intuição, da criatividade, da aptidão para as artes, do raciocínio mais holístico, de serem mais subjetivos e todas as outras qualidades características do hemisfério direito.Em hipótese alguma o disléxico tem comprometimento intelectual.Tal comprometimento identificaria outro quadro como limítrofe ou deficiência.Também não pode haver alterações/prejuízos neurológicos nas áreas responsáveis pela aquisição da linguagem, estas alterações também identificariam outro quadro como afasia ou síndromes diversas.Quanto ao emocional, é preciso avaliar muito bem.Pode haver um comprometimento emocional como conseqüência das dificuldades da Dislexia mas nunca como causa.
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TDAH


O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico TDAH. (pt.wikipedia.org/wiki/TDAH)
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
*TDAH é a condição crônica de saúde de maior prevalência em crianças em idade escolar;
*TDAH é o distúrbio neurocomportamental mais comum na infância;estima-se que 4 a 6% da população em idade escolar pode ter TDAH;
*aproximadamente 2% dos adultos podem sofrer de TDAH;
Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os principais sintomas são:
1.DESATENÇÃO:
-dificuldade em prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e profissionais;
-dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
-parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra;
-não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais;
-dificuldade em organizar tarefas e atividades;
-evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante;
-perder coisas necessárias para atividades ou tarefas;
-ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa;
-apresentar esquecimento em atividades diárias;
2.HIPERATIVIDADE:
-agitar as mãos, pés ou se mexer na cadeira;
-abandonar a cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
-correr ou escalar em demasia em situações nas quais é inapropriado;
-dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente em atividades de lazer;
-estar freqüentemente “a mil” ou muitas vezes agir como se estivesse “a todo vapor”;
-falar em demasia;
3.IMPULSIVIDADE:
-frequentemente dar respostas precipitadas antes das perguntas terem sido concluídas;
-apresentar constante dificuldade em esperar sua vez;
-frequentemente interromper ou se meter em assuntos de outros;
TIPOS DE TDAH
-com predomínio de sintomas de desatenção (prejuízo acadêmico);
-com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade (rejeição e impopularidade);
-combinado (prejuízo acadêmico e sintomas de conduta, de oposição e desafio);
DIAGNÓSTICO DE TDAH
-pelo menos 6 dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade devem estar presentes;
-é importante considerar a duração dos sintomas e a intensidade dos mesmos;
-considerar o grau de prejuízos dos sintomas;
-a avaliação diagnóstica deve envolver os pais, a criança e a escola (professores);
CONSEQUÊNCIAS DO TDAH
-baixo desempenho escolar;
-dificuldades de relacionamento;
-baixa auto-estima;
-interferência no desenvolvimento educacional e social;
-predisposição a distúrbios psiquiátricos;
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
Até recentemente, acreditava-se que os sintomas do TDAH desapareciam na adolescência. Sabe-se, agora, que muitos sintomas acompanham o crescimento, e 30% a 70% dos portadores podem ter dificuldades emocionais, profissionais e em seus relacionamentos sociais e afetivos na idade adulta.
O TDAH é com freqüência apresentado, erroneamente, como um tipo específico de problema de aprendizagem. Não é. Individuos com TDAH não são incapazes de aprender, mas têm dificuldade na escola por causa da falta de organização, de atenção e da impulsividade.
Por não terem limite e noção do momento certo para parar, acabam fazendo palhaçadas, falando impulsivamente etc.. passando- se por incômodas e inconvenientes.
Portanto, o diagnóstico deve ser feito de forma criteriosa e cuidadosa por profissional especializado, com informações colhidas junto aos pais e professores e também através da observação clínica da criança.
A avaliação eficaz para o diagnóstico TDAH deve passar obrigatoriamente por uma Equipe Interdisciplinar abrangendo as seguintes áreas Psicopedagogia (Pedagogia), Psicologia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, embasadas em avaliações neurológicas / psiquiátricas.
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LIMITES – Agora é a melhor hora!

Autor: Cybele Meyer

A falta de limites na educação das crianças tornou-se um problema alarmante. Tudo isso em razão da dificuldade que os pais de hoje encontram em dizer "NÃO”.
Eles têm medo de parecerem rígidos demais ou de perder o amor do seu filho, por este motivo a maioria dos pais transferem aos filhos o poder de decisão.
Agora não é hora de comer chocolate, mas ele quer... Hoje não é dia de levar brinquedo na escola, mas ele não aceitou sair de casa deixando o brinquedo lá, então ele trouxe!!!!
Ele deveria viajar no banco de trás, mas ele quer vir na frente... Ele não quis vir de uniforme para a escola, por isso é que está com esta roupa de festa, foi ele quem escolheu!!!
Os pais não se dão conta que cabe a eles orientar e proteger seus filhos.
Os pais não conseguem conciliar disciplina com liberdade.
Só dizemos NÃO àqueles que amamos!!!!
A insegurança dos pais diante da imposição de limites é que está dando margem a tantos distúrbios de comportamento.
O dizer NÃO e conservar o NÃO resulta na construção da confiança e da auto-estima.
Esta atitude é uma prova imensa de AMOR!
Só dizemos NÃO àqueles que amamos!!!!
Os limites fornecem uma base segura para o equilíbrio na vida pessoal.
Saber respeitar os limites impostos dentro de casa, no relacionamento entre pais e filhos é um aprendizado para a vida em sociedade.
Aquele que em casa faz o que quer, quando quer, na hora que quer, terá muita dificuldade de se ajustar socialmente. Em conseqüência disso irá sofrer muito pois “os pais educam com amor e a sociedade com rigor” já dizia o sábio dito popular.
Vemos hoje que os pais se sentem perdidos no seu papel de pais. Eles têm que readquirir a percepção de que é sua responsabilidade formar cidadãos, evitando conseqüentemente, a marginalização do indivíduo.
A hora de educar é agora, amanhã você pode não mais encontrá-lo por perto.
Se você permite que seu filho de 4 anos decida qual a melhor hora para dormir, qual o melhor programa para assistir na TV, que ele coma no jantar o que tem vontade, quando ele chegar na adolescência já estará tão acostumado a tomar decisões que não irá mais lhe perguntar coisa alguma. Sabe por quê? Porque você permitiu isso. Desde pequeno ele teve poder sobre si próprio. A última palavra sempre foi a dele. Era você que se curvava diante das decisões tomadas. Se ele tinha toda esta autonomia quando pequeno porque haveria de ser diferente agora que é adolescente?
O que você não se deu conta é que quando ele era pequeno as atitudes tomadas eram sair para andar de patins na calçada de casa e quando você o procurava, era só sair na janela e já o via. Agora ele cresceu, virou adolescente, ainda não tem carta de habilitação mas pega o seu carro e some e você não mais o enxerga pela janela. Ele não pedirá seu consentimento porque nunca precisou...
Só dizemos NÃO àqueles que amamos!!!!
Temos consciência que nos tempos atuais a correria do dia a dia é uma constante, mas pai, tenha certeza de que o que seu filho mais precisa é de você presente. Este estar presente não significa ficar lendo o jornal enquanto ele brinca no tapete da sala, nem tampouco enchê-lo de presentes. Hoje em dia, este tipo de comportamento já saiu de moda. Compensar a ausência presenteando os filhos já é uma atitude por demais desgastada e ineficiente inclusive para a criança, que manifesta sua insatisfação jogando de lado o brinquedo que acabou de ganhar e já pedindo outro que ainda não tem. Esta é uma atitude de aversão dos filhos diante de tanta inércia dos pais.
Os pais não lhes dão noções do que pode ou do que não pode, sendo assim, tudo lhe é permitido.
Vale lembrar que a educação de uma criança, futuro adulto, vai além das muralhas familiares. Sabemos que a sociedade também exerce sua influência, mas se os pais dão aos filhos solo firme para pisar, se os filhos sentem-se seguros junto a sua família, é lógico que a atuação da sociedade será muito mais amena preenchendo somente algumas lacunas. Diferente daqueles que tem pais omissos, fracos e distantes.
Só dizemos NÃO àqueles que amamos!!!!
Há pais que lá na frente irão se perguntar “onde foi que eu errei? Eu lhe dei tanto amor!” Mas amar demais não é o erro, o erro está justamente em não impor limites. O pai tem que ter a consciência de que ele é o orientador. Ele deve criar regras e cuidar para que estas regras sejam cumpridas e respeitadas. Dessa forma o pai estará preparando seu filho para viver em sociedade e viver em sociedade nada mais é do que seguir regras sobre regras.
Só dizemos NÃO àqueles que amamos!!!!
Os limites são ingredientes essenciais para que as crianças possam crescer saudavelmente e para que se sintam preparadas para a vida adulta.
Precisamos resgatar, o quanto antes, o verdadeiro conceito de limites pois os pais de hoje não sabem ao certo o seu significado.
O amor de um pai para com seu filho tem que ser incondicional mas tem que ser um amor com limites.
Só dizemos NÃO àqueles que amamos!!!!

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INTERVALO...

"Ousarei expor aqui a mais importante, a maior, a mais útil regra de toda a educação? É não ganhar tempo, mas perdê-lo."
Jean Jacques Rousseau

A Criança E Sua Vida Rica Em Ensinamentos


Observar uma criança pode ser mais rico e compensador para sua vida do que qualquer experiência ou programa de Autoconhecimento
Existem professores treinados em psicologia, que dizem saber tudo da natureza humana, e mesmo assim pouco tem a nos dizer. Uma criança, não sabe nada, e mesmo assim sua vida é o ensinamento mais rico do mundo, para quem for capaz de ver.
1. Para a criança cada dia é diferente do outro. Ou seja, o dia anterior foi o dia anterior e não faz mais parte do seu passado. O novo dia é tudo o que lhe importa, é só o que existe.
2. Do dia anterior a única coisa que ela traz é o que aprendeu e mesmo assim não sabe disso. Quer dizer, ela não sabe que aprendeu antes como enfrentar uma situação nova, do novo dia que surge a sua frente. Ela apenas enfrenta a nova situação, como se realmente fosse nova, e dedica a ela toda sua energia e experiência acumulada.
3. Os erros que ela cometeu no dia anterior, ela não lembra mais. Mas agora ela já sabe o que é errado, só não lembra onde aprendeu isso. Se lembra, não dá importância a isso. O importante é que ela já sabe como não deve fazer uma coisa que fez errado antes.
4. No processo da descoberta de como resolver uma coisa, há imersão total. Todo o seu “ser”, ente, vai estar envolvido na solução daquele problema. Ela não consegue deixar para resolver depois, precisa dar uma resposta imediata à aquele contratempo. Como ela não esquece, ela própria passa a fazer parte do problema. Assim o problema acaba fazendo parte dela e não sendo uma coisa separada. Sendo ela em si o problema, e como ela passa a viver 24 horas por dia com aquele problema, logo ela o compreende e assim ele, o problema, deixa de existir. Solucionado o problema, ela imediatanente o descarta da sua vida. Ou seja, aquilo não será mais visto por ela como problema, não importa quantas vezes mais ela o encontre daí pra frente.
5. Na busca de uma solução, como ela não tem conhecimentos sofisticados e a capacidade de complicar, suas soluções são as mais simples e diretas possíveis.
6. Ela costuma, baseada num problema encontrado, brincar com o problema durante sua busca de uma solução.
7. Então, problema para uma criança, na maioria das vezes, não são problemas de fato, são uma necessidade básica de aprendizado e motivação. Ambientes que não ofereçam desafios e problemas, não tem a menor graça para elas. Ou seja, problema para elas é quase como se fosse diversão pura.
8. No processo de busca de uma solução, ela desiste milhares de vezes, tenta milhares de vezes, mas desistir de verdade, isso ela nunca faz.
9. Um novo dia para uma criança, é de fato um novo dia. Esse novo dia não faz parte do dia anterior. É comum as crianças brincarem com seus velhos brinquedos como se nunca os tivesse visto antes.
10. Pessimismo para uma criança é, ver a mãe ou o pai triste, irmão, amigo ou outra criança doente; adultos com problemas e que fazem questão de torná-los públicos em sua presença. Otimismo para uma criança é, ver um adulto com problemas sorrindo, outra criança doente sorrindo, pessoas da família tristes mas sorrindo. No seu mundo, existem apenas dois tipos de problemas, aqueles que devem ser enfrentados não importa a situação daquele momento, e aqueles que devem ser esquecidos se não são importantes naquele momento.
11. Uma criança quando fica ou está doente, não sabe que ficar doente é ruim. Ela sente os efeitos físicos da doença, mas ela planeja seu futuro como se não existisse obstáculo algum à sua frente. Ela planeja seu dia seguinte como se nada estivesse acontecendo. Não desanima em momento algum, sabe na sua simplicidade psicológica que doença e saúde não estão separadas, tudo é uma coisa só. É muito importante notar que ela nunca diz: “Se eu ficar boa…”, e sim “Amanhã quando eu melhorar eu vou fazer isso e aquilo…”. Também ela ainda não teve tempo de desenvolver o apego às coisas, assim medo e insegurança não existe em seu mundo simples. Seu mundo se resume a duas coisas; O dia que ela está disposta para brincar e o dia que não está. Desse modo ela não vê doença e saúde como coisas distintas.
12. Uma criança, tem a capacidade excepcional de guardar para sempre os bons momentos e usá-los como experiência pelo resto de sua vida. Tem também a capacidade de guardar para sempre os maus momentos e usá-los como experiência pelo resto de sua vida. Tem também a capacidade de não Ter saudade ou lembrança mórbida, nem de bons, nem de maus momentos.
13. Ela não conta os dias que já viveu ou ainda vai viver. Isso não tem a menor importância. Como ela não baseia sua vida nisso, quer aprender sempre e todos os dias. Ela sequer sabe o que vai fazer com o que aprende ou vai aprender, simplesmente ela quer aprender mais e mais. Se ela vai Ter tempo para usar o que está aprendendo ou vai aprender, não faz parte do seu pensamento. Viver para ela é uma coisa muito simples. Ela pensa, amanhã eu faço de novo. Nunca diz, amanhã eu tento de novo, ou diz, será que isso vai dar certo amanhã..?. Incerteza para ela é só uma palavra cujo significado ele desconhece. Fazer, não fazer, tentar e tentar mais, para ela é a mesma coisa.
14. O dia para uma criança, não tem o limite de oito ou vinte e quatro horas. Para uma criança o tempo cronológico não existe. Para uma criança o ano todo é igual a um dia. Noite e dia é a mesma coisa. A diferença é que uma parte é clara e tem sol e a outra não. Apenas o tempo psicológico faz parte de sua vida. E tempo psicológico não trabalha dentro dos ponteiros de um relógio. O tempo psicológico é toda sua vida naquele único minuto ou instante.
[ + ] Site de dicas

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ATIVIDADES para a PRÉ-ESCOLA


Mais um link para aproveitar ao máximo. Atividades diversas sugeridas sobre a pré-escola.

Façam bom proveito!
(do rota83.com)

EXAME PARA PROFESSOR ingressar na carreira de professor terá aplicação a partir do próximo ano


Portaria publicada no Diário Oficial da União, institui o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente. O exame, que será realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), avaliará conhecimentos, competências e habilidades de profissionais que tenham concluído ou estejam concluindo cursos de formação inicial para a docência e que desejam ingressar na carreira do magistério. A primeira edição do exame, que é anual, se realizará em 2011.
O exame deverá subsidiar a contratação de docentes para a educação básica pelos governos estaduais e municipais. As secretarias de educação interessadas definirão a forma de utilização dos resultados do exame para fins de contratação de docentes.
A participação no exame é de caráter voluntário, mediante inscrição, e conferirá ao candidato um boletim de resultados, cujos dados somente poderão ser utilizados mediante autorização expressa do candidato.
O exame oferecerá, ainda, diagnóstico dos conhecimentos, competências e habilidades dos futuros professores para subsidiar as políticas públicas de formação continuada, e também para construir um indicador qualitativo que possa ser incorporado à avaliação de políticas públicas de formação inicial de docentes.
Assessoria de Imprensa do Inep
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[ + ] Fonte: Portal MEC

EDUCAÇÃO INFANTIL melhora o desempenho escolar das crianças


As crianças que passam pela educação infantil apresentam desempenho melhor ao longo da vida escolar. Pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas em parceria com o Ministério da Educação e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) revela que a diferença nas notas dos estudantes que tiveram escolaridade prévia ao ensino fundamental na Provinha Brasil – exame criado pelo MEC para conferir a capacidade de leitura dos alunos após a primeira série do ensino fundamental – chega a 10%.
O estudo Educação Infantil no Brasil: avaliação qualitativa e quantitativa verificou a qualidade das creches e pré-escolas de seis capitais brasileiras (Belém, Fortaleza, Campo Grande, Rio de Janeiro, Teresina e Florianópolis) e o impacto que a freqüência a essa fase do ensino causa na trajetória escolar de uma criança.
A primeira conclusão do estudo é que as escolas da educação infantil não vão bem. A maioria não obteve desempenho considerado adequado pelos especialistas que realizaram a pesquisa. Em uma escala de zero a dez, esses colégios ficaram com nota 3,4, mas houve diferenças entre os desempenhos das escolas.
Nas creches, 70,9% dessas diferenças são explicadas por critérios como infra-estrutura, número de atividades desenvolvidas com os alunos, acesso a transporte escolar, salários dos diretores idade dos professores e a localização da escola em locais onde a população era mais escolarizada.
Com base nessas informações, os pesquisadores da Fundação Carlos Chagas iniciaram diferentes comparações entre os dados dos alunos e as notas obtidas por eles na Provinha Brasil. Apenas três cidades participaram dessa parte do estudo, pois eram as únicas que possuíam as notas individualizadas dos estudantes para basear as comparações.
Os pesquisadores enviaram mais de 4 mil questionários às famílias dos estudantes que participaram da Provinha Brasil em 2008. Cruzaram as informações sobre as escolas de origem dos estudantes cujas famílias responderam os formulários e cujas creches ou escolas haviam sido avaliadas também pela pesquisa. Um grupo de 150 crianças que não haviam passado pela educação infantil também foi avaliado. Ao final, 762 alunos foram usados na amostra.
Desse total, quase metade (46%) fazia parte dos que conseguiram atingir níveis de leitura e escrita considerados bons para a segunda série do ensino fundamental. A conclusão é que, entre os melhores, 10% tinham cursado educação infantil. “Não temos dúvida de que essa fase faz diferença na formação das pessoas. Por isso, o maior desafio do Brasil é oferecê-la com qualidade”, destaca Maria do Pilar Lacerda, secretária de Educação Básica do MEC.
Além disso, influenciaram as notas dos estudantes: ter a idade ideal para a série, não ter sido reprovado, estudar em uma boa escola de ensino fundamental e que esteja em um bairro de comunidade escolarizada, fazer parte de uma família em que a renda é superior a dois salários mínimos e na qual a mãe completou o ensino médio, pelo menos. “É interessante e provocador perceber que os estudantes que não reprovaram tiveram médias melhores. Esse é um debate que precisamos levantar. Será que reprovar uma criança de seis anos vai ajudá-la a aprender? Os dados mostram que não”, afirma.
[ + ] iG Educação

MODELO DE ENCAMINHAMENTO DE ALUNO COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM


Segue abaixo duas situações reais de encaminhamento de aluno com dificuldade de aprendizagem ao psicólogo.
Em ambas as situações, ao identificar as limitações dos alunos, o professor passa a tratá-los com medidas diferenciadas no sentido de dar a eles oportunidade de se desenvolverem.
Em seguida pontua tais medidas no relatório de encaminhamento que será entregue ao psicólogo.

Aluno 1

Motivo de encaminhamento: O aluno não adquiriu os conceitos, está em fase de aprendizado. Não consegue memorizar o alfabeto e números. Às vezes não distingue números e letras. Por estes motivos, as atividades escolares ficaram muito prejudicadas. Quanto ao comportamento geral, apresenta problemas de atenção.
Medidas tomadas: Foi encaminhado para reforço. Recursos utilizados: alfabeto móvel, caixa de sílabas, jogos de memória, gibis, livros de história, quebra-cabeça e material concreto.

Aluno 2

Motivo de encaminhamento: Falta de concentração durantes as aulas; Ainda não demonstra interesse em participar das atividades propostas; Não sabe dividir o espaço e as matérias de forma coletiva. Tem capacidade de aprender, mas sua inquietação não o deixa prestar atenção, tornando muito difícil de explicar qualquer coisa a ele.
Medidas tomadas: O aluno fica sentado próximo à mesa da professora e as tarefas são menores. Os recursos utilizados são: alfabeto móvel, caixa de sílabas, jogos de memória, gibis, quebra-cabeça e material concreto. Foi encaminhado para reforço e fizemos várias convocações com os pais.

GARATUJA: A importância dos rabiscos para a criança


Pablo Picasso, o artista espanhol, dizia que, aos 12 anos, já desenhava como o pintor italiano Rafael, mas precisou de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças.
A garatuja, nome dado aos rabiscos infantis aos quais ele se referia, pode não fazer muito sentido, mas é uma maneira de o seu filho se comunicar.
Os primeiros desenhos, por volta dos 14 meses, são traçados longitudinais, desprovidos de controle motor e sem sentido. Com 1 ano e meio, surgem os movimentos circulares. A partir dos 3 anos, eles se fecham em formas independentes. Ganham significado, ou seja, a criança lhes atribui nomes e conta histórias sobre o que retratou. Aos olhos dos pais, os rabiscos ficam mais reconhecíveis. Nessa fase, aparecem os primeiros indícios de figuras humanas. “A evolução da garatuja é paralela ao desenvolvimento cognitivo da criança”, afirma a pedagoga Ana Paula Yazbek, diretora do Espaço da Vila, de São Paulo.
É por isso que a familiaridade com lápis e canetas é tão importante para a escrita. “Há atividades que o ser humano desenvolve naturalmente, como, por exemplo, caminhar. Habilidades, como escrever, precisam de treino”, explica o neuropediatra Luiz Celso Villanova, da Universidade Federal de São Paulo.

Estimular é importante

A pedagoga explica que, a princípio, a criança ignora os limites do papel. “Cabe aos pais mostrá-los, pois ela ainda não sabe que existe um lugar certo para desenhar”, diz. Os pais devem mostrar interesse por essa “vontade” de desenhar. “É preciso valorizar a produção, mas lembrando que nessa fase ainda não existe preocupação estética”, observa Ana Paula. Ela recomenda lápis mais grossos. E não se esqueça de supervisionar o seu artista, para que ele não se machuque ou, ainda, rabisque as paredes.

Evolução do traçado:

- 14 meses: Rabiscos sem forma ou intenção. Pouco controle dos movimentos, que se originam nos braços ou nos ombros.
- 18 meses: Surgem os primeiros movimentos circulares, intercalados com retas. Maior controle sobre os músculos da mão.
- 3 anos: Traços ganham formas. Desenhos recebem nomes. Aumenta a coordenação motora sobre o pulso e os dedos.
[ + ] Fonte: Crescer